terça-feira, 17 de maio de 2016

Pesquisadores e turistas visitam o outeiro histórico da Penha

No mês de abril e maio recebemos mais de 200 visitantes ao outeiro histórico da Penha entre professores, estudantes, pesquisadores e turistas. Atraídos pela Igreja Nossa Senhora do Rosário, patrimônio tombado no bairro, os visitantes puderam ter contato com questões ligadas ao patrimônio histórico, arquitetura, memória e cultura afro-brasileira ao longo do roteiro que envolveu também a Basílica e o Santuário Nossa Senhora da Penha.
A recepção dos grupos foi no Centro Cultural da Penha, oferecida gratuitamente e contou com a participação de Carlos Eduardo Casemiro, Renato Gama e José Morelli, além da historiadora Patricia Freire do MCP, todos membros da Comissão da Igreja do Rosário.
Estiveram no bairro professores da EMEF Mururés, do Jardim Helena, zona leste e do curso "Ressignificando São Paulo: Uma Experiência no ensino de história da África" do Programa de Educação Tutorial (PET) da USP. Tivemos também jovens participantes do II Seminário Universidade, Cultura e Periferia organizado pela UNIFESP e Fórum da Culturas Populares e Tradicionais e de visitantes do programa de turismo social do SESC Campinas que participaram de um Sarau com repertório preparado por Marcos Munrimbau, Rosa Freitas, Sérgio, Cadu Castro e palestra do escritor Oswaldo de Camargo.











Fotos de Nayara Rodrigues e de Patricia Freire

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Visite a exposição "Batalha de memórias" até 20/03/2016

Batalhas do Samba Paulistano

No dia 20 de fevereiro, em plena quaresma, período do calendário cristão que entre outros significados, é um momento de reflexão após a festa da carne, o Angana, Núcleo de Pesquisa em educação patrimonial e territórios negros em São Paulo em parceria com o Centro Cultural da Penha, abre um espaço de reflexão na Biblioteca José Paulo Paes com o lançamento do livro do historiador Bruno Sanches Baronetti “Transformações na Avenida, História das escolas de samba da cidade de São Paulo (1968-1996)”. 

O evento faz parte do projeto "Memórias, Poéticas e Resistências do Carnaval Afro-paulistano" abrangendo a exposição "Batalha de Memórias" e o lançamento do livro. A abertura foi feita pelo atual diretor do equipamento Julio Cesar J. Marcelino, que destacou a importância de receber a atividade e apresentou os participantes, entre eles a historiadora Eloiza Maria Neves Silva, que através de sua pesquisa "A mulher negra no carnaval paulistano (1930-1980): história de vida e imagem" trouxe para discussão um olhar especial sobre o protagonismo da mulher negra no samba paulistano. 

Bruno e Eloiza contribuíram para apresentação de um painel rico sobre o tema, expondo as mudanças do carnaval e do samba também como fruto de um processo dialético e político dos seus sujeitos. Longe de apresentar um discurso nostálgico ou saudosista do carnaval de outrora a discussão caminhou para a necessidade de olhar para essas manifestações numa perspectiva crítica e histórica, reconhecendo que muito do que é destacado, mantido ou invisibilizado tem raiz com as contradições das próprias agremiações e demais grupos carnavalescos em constante relação com o racismo internalizado nas instituições públicas e privadas, sendo essas últimas detentoras do poder econômico, político e midiático. 

Após as exposições houve abertura para a participação do público sob a mediação de Marcelo Vitale Teodoro da Silva e Thais Fernanda Alves Avelar, que destacaram pontos importantes do livro do Bruno e da fala de Eloiza como: a vanguarda do protagonismo das agremiações no que tange as articulações políticas do negro, atravessando inclusive o período da ditadura (1964-1985), e a revisão da ideia de acesso e democracia no carnaval para além dos grupos especiais, onde homens e mulheres cotidianamente lutam pelo seu direito de acessar os espaços de visibilidade, transitando entre a precariedade e a manutenção de suas identidades, mas sempre buscando honrar suas tradições e ancestralidades.

Período da exposição Batalha de Memórias: de terça a domingo das 10h às 22h, até o dia 20/03/2016.
Agendamento de grupos para monitoria: (11) 2306-3369 - Movimento Cultural Penha/ANGANA.












terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Exposição e lançamento de livro sobre carnaval e samba paulistano no Centro Cultural da Penha, sábado dia 20

Carnaval da Vila Esperança,  sem data, autor desconhecido


Em pleno mês do carnaval o Centro Cultural da Penha e o Movimento Cultural Penha, trazem uma programação gratuita sobre o carnaval e o samba paulistano:

Memórias, poéticas e resistências do carnaval afro-paulistano

Exposição “Batalha de Memórias”
O carnaval e o samba são uma das manifestações mais populares com forte influência afro-brasileira da periferia de São Paulo. No início do século XX, na zona leste em especial nos territórios da Vila Esperança e Penha surgiu uma importante cena cultural ligada ao carnaval de rua e ao samba paulista. Esta cena envolve o carnaval de rua da Vila Esperança, as escolas de samba, em especial a G.R.E.S. Nenê da Vila Matilde, os desfiles da Av. Penha de França e as rodas de samba e tiririca (capoeira) que ocorriam no Largo do Peixe.
A exposição traz fotografias de época, objetos e croquis representativos deste universo do carnaval e do samba, bem como dos bastidores de quem cotidianamente vive e respira estas manifestações.
Pesquisa e curadoria: ANGANA, Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios Negros em São Paulo
Local: Centro Cultural da Penha, Largo do Rosário, 20, Penha de França.
Abertura dia 20/02/2016, (sábado), às 16h
Período: de terça a domingo das 10h às 22h, até o dia 20/03/2016

Lançamento do livro: “Transformações na Avenida. História das escolas de samba da cidade de São Paulo (1968-1996)” do historiador Bruno Sanches Baronetti*
O livro busca através de documentação e história oral analisar as transformações institucionais, estéticas e musicais dos desfiles das escolas de samba desde o fim dos cordões até a construção do Sambódromo.
Para o lançamento haverá debate com a presença do autor e da Historiadora Eloiza Maria Neves Silva.
Mediação: ANGANA, Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios Negros em São Paulo
Local: Biblioteca José Paulo Paes, Centro Cultural da Penha, Largo do Rosário, 20, Penha de França
Data: 20/02/2016, (sábado), das 16h às 18h

*Não é necessário agendar
*Emitiremos certificado aos participantes

domingo, 13 de dezembro de 2015

Uma Jornada de desafios

"Estamos atrasados 70 anos para aquilo que Mário de Andrade já visualizava quanto política pública voltada aos patrimônios culturais", disse Nádia Somekh, diretora do Departamento de Patrimônio Histórico numa reunião de abertura da 1ª Jornada dos Patrimônios em São Paulo com vários parceiros inscritos para o evento. Nádia destacou a importância simbólica do evento e a oportunidade de dar início a uma ação cultural do Departamento para além dos procedimentos de tombamento.
A Jornada ocorreu nos dias 12 e 13 de dezembro de 2015 com objetivo de celebrar e refletir sobre os patrimônios culturais da cidade, bem como dar visibilidade às dezenas de projetos, coletivos e pessoas que vem desenvolvendo ações educativas, culturais e artísticas relacionadas às nossas heranças culturais por meio de roteiros, palestras, pesquisas, ocupações, na manutenção de construções, divulgação e registros.
Participando da festa do patrimônio o bairro Penha de França recebeu no sábado um roteiro que circulou pelas três principais Igrejas do outeiro histórico, além de pontuar nas ruas, becos e praças vestígios de um bairro diverso, festivo e popular com seus cinemas de rua, blocos de carnaval e quermesses. O roteiro foi desenvolvido pelo coletivo Ururay, que tem como escopo de trabalho o desenvolvimento de ações para dar visibilidade aos patrimônios culturais da região Leste de São Paulo.
No domingo foi a vez do Núcleo de Pesquisa ANGANA desenvolver seu roteiro “Rotas de Fuga para a Liberdade”. O percurso pontuou ruas, monumentos e edificações relacionadas ao movimento abolicionista em São Paulo destacando outras narrativas para o bairro da Liberdade no centro de São Paulo.
Ambos os trabalhos buscaram ler os patrimônios como testemunhos resultantes de conflitos e contradições expressos nos territórios, evitando idealizações e/ou saudosismos, e partindo de muita pesquisa e recursos que pudessem evidenciar também o que foi esquecido ou destruído entendendo o esquecimento como parte da construção de uma hegemonia política.
Longe de celebrar os patrimônios culturais como simples bibelôs da cidade, a Jornada foi mais uma oportunidade do paulistano acessar as construções, ruas, parques, ruínas e memórias como disparadores para novos olhares de nossa contemporaneidade por meio das mais diversas narrativas desenvolvidas pelos profissionais envolvidos.
Cabe também a mais setores do poder público, além do DPH e a Secretaria Municipal de Cultura, junto com os movimentos culturais ampliar e estruturarem politicas públicas voltadas aos patrimônios culturais, firmando sua importância simbólica, econômica e social para a cidade.

Atividade do Grupo Ururay



Atividade Núcleo de pesquisa ANGANA