domingo, 16 de setembro de 2007

Folclore por Wagner Tadeu

“Vivemos numa sociedade governada por interesses,
de grupos, classe e nações dominantes (...)
em oposição a esta condição, é necessária uma:
‘educação pela prática da liberdade’.”
(Paulo Freire – Pedagogia do Oprimido./Paz e Terra)

O que é folclore?
Em resumo, é toda manifestação popular, que registre as tradições e costumes, de um povo; produzida e “consumida” pela própria população, transmitida de forma oral, sem técnicas sistematizadas ou de caráter científico. Entretanto, tal questão, exige que se recue no tempo e analisar como se desenvolve esse processo de elaboração histórica.
Entre os séc. XIV e XV, inicia-se na Europa, na Itália, um movimento cultural: o Renascimento; constituído pela burguesia, classe social ligada ao comércio de especiarias do Oriente, que visava estritamente o lucro. Num “sentimento” instintivo de preservação dos seus negócios, cria na base do acúmulo de influências e manutenção dos seus interesses, as condições necessárias para perpetuação de sua classe, investindo na transmissão dos seus valores e conhecimentos, aos seus; iniciando assim, um processo de surgimento de instituições - universidades, ordens acadêmicas e de profissionais. Essa produção, sistematizada e técnica, dá origem a uma cultura, dita “erudita” ou de “elite”, num claro distanciamento enquanto classe social.
Por outro lado, sempre houve uma cultura mais próxima do senso comum, essencialmente popular, umbilicalmente ligada ao povo; que não faz uso de técnicas rebuscadas e/ou elaboradas, em sua construção, e nem por isso, perde em qualidade artística ou expressividade; a exemplo da cultura “erudita”, alcança formas significativas de conscientização de valores, apesar de sofrer na passagem de sua herança cultural, já que sobrevive basicamente da transmissão oral, não contextualizada, de geração para geração.
Podemos então dizer que, se convencionou chamar de folclore, a cisão da cultura, dita “erudita”, com a cultura popular; ou seja: até a classe dominante (elite burguesa), estabelecer seu nível cultural e restringir assim, sua visão-de-mundo; a partir daí, o que não se insere nessa categoria de bens e valores, será considerado, manifestação cultural espúria, decorativa ou acessório, de caráter exótico e/ou folclórico, preso a “ditadura do estético” e sem valor artístico.
Obvio que a percepção da população, em relação tal juízo de valor, é inversamente proporcional; porém estes não possuem os instrumentos de persuasão do poder, sobretudo atualmente, com a “indústria cultural” e os meio de “comunicação de massa”, mas esses já são temas para uma outra conversa; até lá.

Um comentário:

Anônimo disse...

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